domingo, 24 de maio de 2009

Elvis e Eu

VI PARTE


Eu conseguia envolvê-lo de vez em quando.Quando ele não deu permissão para que eu usasse uma saia justa,ingressei nas bandeirantes,a fim de poder vestir seu uniforme bem justo.
Meus pais eram sobreviventes.Muitas vezes se debatiam com dificuldades financeiras,mas os filhos eram os últimos a sentir.
Quando eu era pequena,minha mãe costurava lindas toalhas de mesa para cobrir os engradados de laranjas que usavamos como mesinhas.Em vez de ficar sem,procurávamos tirar o melhor proveito do que tínhamos.
O jantar era sempre uma atividade de grupo: mamãe cozinhava,um de nós punha a mesa e o resto cuidava da limpeza.Ninguém ficava sem fazer nada,mas éramos sempre solidários uns com os outros.Eu me sentia afortunada por ter uma família tão unida.
Eu me sentia fascinada ao folhear velhos álbuns de fotografias,mostrando meus pais quando eram jovens.Sentia a maior curiosidade pelo passado.A Segunda Gerra Mundial me intrigava,especialmente porque papai lutara com os fuzileiros em Okinawa.
Ele parecia muito bonito de uniforme-dava para se perceber que estava posando para mamãe -mas de certa forma o sorriso dava a impressão de estar deslocado,ainda mais quando se sabia o lugar em que se encontrava.Quando eu lia o bilhete no verso da foto,sobre o quanto ele sentia saudade de mamãe,meus olhos sempre se enchiam de lágrimas.
Vasculhando os guardados da família,deparei com uma pequena caixa de madeira.Lá dentro,havia uma bandeira americana,meticulosamente dobrada,do tipo que eu sabia ser dado às viúvas de militares mortos em serviço.Havia também uma fotografia de mamãe enlaçando um estranho,com um bebê em seu colo. No verso,estava inscrito:"Mamãe,Papai e Priscilla".Eu descobrira uma família secreta... continua

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