quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Elvis e Eu - IX Parte

Desmanchando-me em lágrimas,gastava a minha mesada tocando as músicas mais populares nos Estados Unidos,como "Venus", de Frankie Avalon, e "All I Have to Do Is Dream", dos Everly Brothers.
Numa tarde quente de verão eu estava sentada ali com meu irmão Don quando notei um homem bonito,na casa dos vinte anos,que não tirava os olhos de mim.Já o vira me observando antes,mas nunca lhe prestara qualquer atenção. Desta vez, porém, ele se levantou e aproximou-se de mim. Apresentou-se como Currie Grant e perguntou meu nome.
-Priscilla Beaulieu- respondi,imediatamente desconfiada,pois ele era muito mais velho.
Ele perguntou de que lugar dos Estados Unidos eu vinha,se estava gostando da Alemanha e se apreciava Elvis Presley.
-Claro-respondi,rindo.
-Quem não gosta dele?
-Sou grande amigo de Elvis.Minha mulher e eu estamos sempre indo à casa dele.Não gostaria de nos acompanhar uma noite?
Despreparada para um convite tão extraordinário,eu me senti ainda mais cética e cautelosa.E declarei que teria de pedir premissão a meus pais. Durante as duas semanas seguintes Currie conheceu meus pais. Ele estava também na Força Aérea e papai verificou suas credenciais,descobrindo que conhecia seu comandante.Isso pareceu romper o gelo entre os dois. Currie garantiu a papai que eu seria devidamente vigiada quando visitássemos Elvis, que vivia numa casa perto da base, em Bad Neuheim.
Vasculhei meu armário na noite marcada,tentando encontrar uma roupa apropriada.Nada parecia bastante elegante para um encontro com Elvis Presley. Acabei escolhendo um vestido branco e azul, sapatos e meias brancas. Comtemplando-me no espelho, achei que estava atraente, mas estava convencida de que não causaria qualquer impressão em Elvis, já que tinha apenas quatorze anos.
Currie Grant apareceu às oito horas,em companhia de sua atraente esposa,Carole.Ansiosa,mal falei com qualquer dos dois,durante a viagem de carro de 45 minutos.
Entramos na cidadezinha de Bad Neuheim,com suas ruas estreitas,calçamento de pedras,casas feias e antigas.Eu me mantinha atenta,à espera de avistar o que presumia ser a enorme mansão de Elvis.Em vez disso,Currie parou o carro diante de uma casa de aparência comum,de três andares,com uma cerca de madeira branca.
Havia uma placa em alemão no portão que avisava:
AUTÓGRAFOS SOMENTE ENTRE SETE E OITO HORAS DA NOITE.
Embora já passasse de oito horas, havia um grupo grande de moças alemãs por ali,expectantes. Quando interroguei Currie a respeito, ele explicou que sempre havia muitas fãs na frente da casa,esperando por um vislumbre de Elvis.
Segui Currie pelo portão e subimos pelo pequeno caminho até a casa. Fomos recebidos por Vernon Preley,o pai de Elvis,um homem alto,atraente,de cabelos grisalhos,que nos levou por um corredor comprido até a sala de estar,de onde eu podia ouvir Brenda Lee na vitrola, cantando "Sweet Nothin's".
A sala simples,quase insípida,estava cheia de pessoas,mas avistei Elvis no mesmo instante. Era mais bonito do que parecia nos filmes, mais jovem e com uma aparência mais vunerável,os cabelos bem curtos de soldado.Estava à paisana, com uma suéter vermelha e calça castanha amarelada, sentado com a perna por cima do braço de uma poltrona grande, com um charuto pendendo dos lábios.
Quando Currie me levou em sua direção,Elvis levantou-se e sorriu....continua

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