terça-feira, 7 de abril de 2009

Anos 50, quando o rei salvou o rock

Os anos 50 marcaram o que hoje parece ser a fase mais ingênua do rock. Mas para a época não era tão ingênuo assim. Os primeiros sucessos do rock’n’roll, que começaram a tocar nas rádios e aparecer entre os discos mais vendidos, encontraram uma sociedade moralista e racista, além de preconceituosa em relação à cultura popular. Uma canção com fortes influências da música negra, carregada de sensualidade, com letras rebeldes e eletrificada era mais do que suficiente para ser considerada música do demônio, por religiosos, moralmente devassa, por pais, professores e boa parte da imprensa, e subversiva, pelas autoridades em geral. Quem gostou pra valer do rock’n’roll foram os adolescentes com poder de compra e uma indústria fonográfica ávida por novidades e lucros.A primeira fase após o “nascimento” do rock, nos anos 50, foi dominada pelo rock’n’roll e pelo chamado rockabilly, uma espécie de rock da roça. A fusão do jump blues (uma mistura do blues com jazz), do country (música caipira) e do boogie-woogie (estilo percussivo e rítmico dos pianistas negros entre os anos 20 e 40) deu formato ao rock’n’roll e ao rockabilly, este último com uma influência maior da música country com seus banjos e bandolins. Os primeiros astros da primeira fase do rock foram Chuck Berry, Bill Halley & His Comets, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Eddie Cochran, Buddy Holly e, claro, Elvis Presley. Junto com eles, artistas negros de blues e jazz que se aproximaram do rock’n’roll ganharam destaque, como B.B. King, Ray Charles, Muddy Waters, Fats Domino e Bo Diddley.
Musicalmente o rock vive sua primeira ascensão e queda na própria década de 50. O embranquecimento do rock entre o lançamento dos primeiros discos verdadeiramente de rock’n’roll, pelos Dominoes e por Ike Turner, em 1951, até o sucesso de Bill Halley, em 1955, traz uma perda de alguns elementos essenciais ao gênero, como a sensualidade. Isso mudaria no começo de 1956 com o sucesso de Elvis Presley. Elvis já vinha ganhando destaque desde 54 quando lançou seu primeiro compacto, com “That’s All Right” que foi parar no primeiro lugar da parada country. Mas foi a partir do lançamento de “Heartbreak Hotel”, um rockabilly mais pesado e cheio de sensualidade, no começo de 1956 que Elvis chegou ao topo das paradas pop e country. O rock acabava de se reinventar, mais sensual, barulhento, insano e mágico. Em pouco tempo, Elvis passaria da condição de príncipe a Rei do Rock, com uma série fenomenal de sucessos, shows ensandecidos, programas de televisão e filmes campeões de bilheteria.
Enquanto Elvis reinava, duas tendências comportamentais dominaram a juventude roqueira: os teddy boys e os rockers ou greasers. Ambas eram formadas por jovens proletários amantes do rock’n’roll, que se encontravam em torno das vitrolas automáticas em lanchonetes e pubs. No caso dos teddy boys a moda era se apropriar do vestuário da classe alta, com paletós engomados e compridos. Já os rockers ou greasers usavam jaquetas de couro, calças jeans e botas, passavam brilhantina e adoravam motocicletas. A associação que os jovens faziam entre rock e liberdade era cada vez mais forte e se tornaria total na década que estava por vir.



2 comentários:

disse...

Concordo com tudo o que li nesse texto sou muito fan de heavy metal e rock n roll, nunca ninguem consiguira chegar perto do rei, ele é eterno,parabens bélo blog

disse...

Concordo com tudo o que li nesse texto e realmente adorei Elvis sempre sera o rei, parabens continue assim bélo texto.